quarta-feira, 29 de abril de 2009

LOUCURA - acabei de ler um poema de Mayakovsky e outro de Ricardo Reis... A inspiração que bateu, quase piração, deu nisso:


LOUCURA





sentar-se à beira do rio,


ouvir as estrelas,


escutar as águas seguirem seu curso,


mãos enlaçadas ou não.



tantos leitos cruzados,


corações depredados,


almas rasgadas,


águas passadas,


mãos enlaçadas,


não mais.



os rios correm,


seguem seus caminhos,


nada os faz interromper,


o contínuo nascer,


o eterno morrer.



e separadamente juntos,


os que são sem o ser,


sem nunca enlaçar as mãos,


nem jamais atrelar os lábios,


seguem tranquilos seus leitos de paz,


sem coração que sofra


e com mente plácida,

por ser sagaz.

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maio de 2008

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2 comentários:

Anônimo disse...

"O que em mim sente está pensando"

Mayakovsky escreveu muita coisa, mas hoje sabemos que fim tiveram e elas nem sempre se adequam aos nossos dias.

É cada vez maior a distância entre o que se lê e o que se vive.
Falta pensar sobre o que se escreve.

Vlad Maia disse...

Você tem razão.

Mas que ele dá uma baita inspiração prá escrever, ah, lá isso ele dá!!!

Hehehehehe!!!

(Considero o "Loucura" como uma das coisas boas dentre as tantas que já escrevi).


Obrigado pela visita mesmo sem se identificar!!! :)